Artigo especial: Varejo precisa acompanhar mudanças de comportamento dos clientes


(*) Margaret Candossim

Rotina simplificada, melhor uso do tempo e serviços de qualidade – o consumidor tem novas demandas


O consumidor tem novas demandas a cada dia. Novas rotinas de vida, desejos de compra e canais de acesso avançam trazendo outras necessidades e comportamentos. Recentemente, um estudo da EY apontou que os novos hábitos de consumo tem forte relação com a mudança de comportamento do consumidor. Um dos efeitos pós-pandemia é que as pessoas estão mais interessadas em simplificar a vida, fazer melhor uso do seu tempo e investir em boas experiências, não somente em bens duráveis ou não-duráveis.

Muitos também descobriram o prazer de ficar em casa: 56% dos entrevistados se definem como mais caseiros, deixando as saídas para situações necessárias. Quando saem, 63% estão optando por passar mais tempo em sua área local. Seus círculos sociais diminuíram; 74% não encontram amigos e familiares com a mesma frequência de antes da pandemia.


Quem visitar a página da consultoria (estudo da EY) vai encontrar os seguintes destaques:


* Os consumidores estão buscando simplificar suas vidas, o que tornará ainda mais complexo alcançá-los para marcas que não se adaptam agora.

* As pessoas estão se concentrando em necessidades simples. Eles não vão perder tempo e dinheiro com coisas que não valorizam mais, especialmente com a inflação subindo mais rápido.

* Os consumidores não querem viajar para longe de casa, mas cada vez valorizam uma forma de fugir da rotina.


Serviço e bem-estar


Diante dessa realidade, o varejo também precisa se reinventar constantemente. Arquiteta de formação e com pós-graduação em marketing, meus quase trinta anos de carreira foram dedicados em grande parte, apoiando lojistas na expansão de seus negócios.


Impossível um comércio ter bons resultados hoje sem investir de forma contínua na melhoria de sua equipe, que precisa ser treinada para oferecer orientação ao cliente na escolha de produtos. Apostar no atendimento personalizado, conhecendo melhor os seus consumidores e suas necessidades. Também é importante estar em diferentes canais – com boa presença online e meios de comunicação com o consumidor – seja por email, whatsapp ou chat em site da loja. Muitas pessoas iniciam a busca de forma virtual e ao escolherem o que desejam, optam por ir pessoalmente à loja. Então, o ponto-de-venda também precisa ser uma experiência positiva para esses visitantes.

Ambientes limpos, arejados, que oferecem conforto e boa disposição dos produtos são muito mais admirados e o cliente sente-se convidado a ficar mais tempo na loja, voltar com maior frequência e assim, tornar-se fiel.


Inegável o empenho e comprometimento que percebo hoje em muitos segmentos. O setor de construção, por exemplo, tem inovado e reordenado suas abordagens na hora de relacionar-se com os clientes, sejam eles do varejo ou do atacado. Muitos têm fortalecido as parcerias com a indústria para manterem-se atuais, com lojas modernas e equipe de vendas muito bem treinadas para atendimento no virtual, no presencial e no pós-venda.


Segundo levantamento realizado pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção) em conjunto com a FGV IBRE, o varejo da construção civil cresceu 16% em 2021. Um segmento que compreende mais de 136 mil lojas em todo o país e movimenta no Brasil perto de R$ 150,55 bilhões.

Promover o bem-estar do consumidor no ponto comercial e facilitar seu acesso às informações que precisa, com suporte à dúvidas e facilidades são fatores indispensáveis para qualquer lojista nos dias de hoje.




(*) Margaret Candossim é sócia-proprietária do escritório Candossim e Cabana, formada em Arquitetura e Urbanismo pela UNG (SP), especializado em arquitetura de varejo e residencial alto padrão. Diretora de Varejo do Comitê Brasileiro de Cores, com MBA em Marketing e Varejo. E-mail: margaret@candossimcabana.com.br







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